Enquanto o sistema econômico mundial e os regimes políticos de muitos países afundavam em toda parte num estado crítico sem termo, que desafia a própria compreensão do que seja uma crise, aqueles que pretendiam representar institucionalmente a herança da teoria crítica frankfurtiana nos primeiros anos do século XXI concentravam sua atenção cada vez mais em questões metateóricas, pensando obsessivamente o que seria a própria crítica da sociedade, mas abrindo mão de praticá-la. Essa constatação é o ponto de partida deste livro, que busca acompanhar o sentido consequente do processo que levou a esse estado de coisas e compreendê-lo como um desenvolvimento conceitual. A possibilidade da autorreferencialidade não é contingente, mas reside no conceito de teoria crítica. Também Adorno teve de lidar com esse risco, mas dele escapou orientando a reflexão ao encontro não apenas do sujeito que reflete, mas sobretudo do objeto. [...]