Neste longo e comovente poema, a autora do premiado Solo para Vialejo narra um episódio ainda pouco comentado na história recente do Brasil: a Guerrilha do Araguaia. Ao entrelaçar memórias pessoais, acontecimentos históricos e referências culturais das décadas de 1960 e 1970, Cida Pedrosa constrói um retrato brutal do autoritarismo e da violência do Estado mas revela também uma inabalável esperança em construir outro futuro. Para o poeta Edimilson de Almeida Pereira, que assina a orelha do volume, Cida Pedrosa responde às ruínas da história com um poema-mundo que, movido pela utopia de falar a todos sobre tudo, exorciza o horror e se ancora firmemente, como testemunha a poeta, numa esperança andarilha.