O nome do Rorbeto era um nome assim, meio diferente. Na vila onde ele morava não tinha luz nem gás, mas isso não importava, pois ele gostava era de brincar nas águas do velho rio, subir na jaboticabeira e fazer mil brincadeiras. Lá todos os moradores se tratavam como parentes, até mesmo o cachorro Filé. Assim como o rio, o curso da vida corria, e o Rorbeto cresceu um menino esperto e curioso. Aprendeu sozinho muitas coisas, inclusive a contar os amigos na ponta dos dedos - o pai, a mãe, o cão Filé, e mais três. É aí que vem o susto - "Seis dedos em uma mão só? Será que na outra são quatro?". A descoberta deixou o Rorbeto perturbado - afinal, nessa idade ninguém quer ser diferente. A primeira reação é querer esconder, pondo a mão numa sacola. Mas quando o Rorbeto aprende a escrever, é justamente a mão com o dedo a mais que faz a letra mais bonita da classe. Em 'Um garoto chamado Rorbeto' Gabriel o Pensador conta uma história cheia de ritmo e da "verdade comovente" que Ziraldo observou no compositor - e agora confrade na literatura infantil.