O homem buscou sempre libertar-se das tarefas que pouco contribuem para o seu aprimoramento espiritual. A tecnologia ajudou-o, desde a antigüidade, a transferir para os processos mecânicos primeiro, e para as máquinas depois, o trabalho monótono e cansativo. Quando, porém, a partir da Revolução Industrial, a sociedade industrializada passou a ser a forma de estruturação de sua vida econômica, a máquina transformou-se no símbolo do proletário. Agora, uma conjugação de fatores históricos e tecnológicos tornou possível uma revolução mais radical do que as revoluções que, no século XX, pretenderam, sem conseguir, libertar o homem de sua condição proletária. Numa análise da sociedade industrial de hoje, em “Mudar de revolução” Jacques Ellul mostra por que, em que condições, o homem que nela vive pode voltar a ter esperanças de um futuro melhor. A tecnologia, que fez dele um escravo, poderá ser usada para a realização da sempre sonhada Utopia.