O século XX presenciou três grandes revoluções: a revolução atômica; a revolução molecular, com a descoberta do DNA; e a revolução da comunicação, com a Internet. Isso significa a chegada de um mundo novo, com problemas igualmente novos em geral e, em especial, no campo ético. É assim que, de um lado, temos a produção de seres transgênicos, a manipulação do genoma humano, o uso das células-tronco para pesquisa científica, as novas modalidades de intervenção científica nos fetos e embriões, e na outra ponta da vida, temos a distanásia, prolongando-a de modo inútil e penoso; ou a eutanásia, procurando abreviá-la. Em meio a tudo isso, a vida humana vacila entre dois oceanos desconhecidos: o oceano que a antecede e aquele que a sucede. Hoje, o homem é capaz de manipular a própria vida. Haverá limites nessa aventura? Cabe à Bioética, como ética da vida, reinterpretar as novas formulações da ética, perante esses avanços da ciência, cuidando da vida em suas três modalidades de existir: humana, animal e vegetal. A intenção do autor não foi impor conclusões, mas deixar que o leitor faça sua própria descoberta. A verdade é descobrimento lento e progressivo, sempre parcial. Não há descobrimento total, absoluto, pois como dizia Zubiri, “tudo o que descobre, encobre”. Nessas causas, somos todos juízes. Ninguém fala pelo outro. O leitor terá, então, diante de si um panorama de temas principais da bioética, com a possibilidade de ver as vantagens e os inconvenientes de cada uma de suas colocações. Enfim, não é a vida que serve às teorias, mas as teorias é que servem à vida.