Os quartos são sujos e soterrados de melancolia. Os corpos não se adequam ao que o Lado de Fora diz que devem ser. É a esse tipo de inconformidade, e outras tantas, que as personagens dos contos de Mahana tentam sobreviver. Há um plano quase alinhado àquela melancolia habitante da respiração cansada de cada personagem, que arrastam o passo seguinte para algum plano, tentativas de resistir, ou um caminho para a liberdade: é o acordar que nos mata As personagens sobrevivem, resistem a tudo aquilo que não conseguem ser, e são cobradas por isso: a estética, o modelo de família, o desempenho profissional que jamais serão. Estão em algum tipo de Brasil atual, em um Mundo presente, e suas máquinas dentadas a afiar opressões, seja na intimidade da casa, do quarto, do corpo e suas marcas, ou no escritório e seus empregados alinhados às corporações.