Um romance passado no Rio nos anos 50, em plena afirmação do negro na sociedade As histórias pois são muitas as vidas que se cruzam neste romance começam no dia 17 de julho de 1950, quando a derrota do escrete brasileiro na Copa do Mundo motiva um assassinato absurdo, de fortes conotações racistas. O crime é discutido na roda do Café e Bar Rio Negro, epicentro da vida intelectual dos homens de cor na Capital da República, e onde somos apresentados a fascinantes personagens. A partir desse microcosmo da então capital da República, em que personagens da história brasileira, como Dolores Duran e Abdias Nascimento, se cruzam nas deliciosas criações ficcionais de Nei Lopes, percorremos uma década decisiva da cidade do Rio de Janeiro e da afirmação da cultura afro-brasileira. Renomado pesquisador, autor e intérprete de clássicos da música brasileira, Nei Lopes é autor dos romances A lua triste descamba e Mandingas da Mulata Velha na Cidade Nova, além de importantes obras de referência sobre a cultura afro-brasileira, como Enciclopédia da Diáspora Africana e Dicionário da Antiguidade Africana. Em 2005 recebeu do governo federal a comenda da Ordem de Mérito Cultural. Em 2006 foi incluído no rol dos 100 brasileiros geniais, em votação da revista O Globo. Pelo ritmo e pela picardia, Rio Negro, 50 deveria ser lido ao acompanhamento de um quarteto, não de cordas, mas de tamborins. - Ruy Castro