Tendo como base uma investigação de críticas de filmes de Glauber Rocha e Walter Salles, este livro busca desvendar imaginações do Brasil no continente latino-americano. Seu ponto fundamental consiste em mostrar que se pode constatar um sentido de permanência na recepção das imagens brasileiras realizada entre 1960 e 2000, cuja relevância aumenta quando se observa que tal recorte compreende dois momentos distintos do cinema e do mundo social. Não obstante o intervalo temporal que separa os dois cineastas e a distância espacial que envolve os países em questão, os textos críticos evidenciam seja uma concepção de comunidade latino-americana seja a persistência de aspectos e cenários peculiares. Assim, indaga-se como e por que tais ideias continuam a se legitimar, buscando-se mapear os agentes relevantes do circuito que confere o predomínio e a permanência de determinada representação brasileira.