Através da janela passeia pelos atos de vítimas e feitores do horror, mostrando suas angústias, frustrações e medos no caminho. O arrepio, aversão e nojo são trazidos sem pudor, dó ou simpatia em vinte textos cujo atrelamento traz um livro sombrio, mas cativante à tona. Assassinatos, rebeldia, atos libidinosos, loucura, bruxaria, tortura, mutilação – é uma demonstração minuciosa da puerilidade e humanidade no mal. A obra fala sobre os portadores, provocadores e destinatários, também dos sentimentos e desdobramentos da consciência e alma.Revela a vida, a morte, a morte na vida e a vida na morte, o segredo por trás da faca, a criança que sussurra no ouvido do assassino, os motivos nada sexuais do necrófilo ou ainda a perda de memória traumática de quem padece. Faz com que o leitor deixe de lado a observação silenciosa e seja durante algumas páginas um personagem cujos atos facilmente seriam julgados em tribunal. Não há mocinhos nas histórias contadas, apenas o bem e o mal em conflito constante, confundindo a nomenclatura e significados dessas palavras, como deve ser.