Agora que, em muitos países do mundo, se ampliaram os públicos que ascendem ao ensino universitário, a questão da qualidade assume novos contornos. Públicos de jovens e menos jovens esperam, pelo contacto com um conhecimento científico de alto nível, desenvolver-se como pessoas, como cidadãos e como profissionais, de acordo com o projeto de vida que cada um tem. Como está o ensino universitário respondendo às difíceis e complexas missões que lhe estão confiadas? Que relação aí se estabelece entre tradição e inovação? Como se articulam as responsabilidades das instituições com as responsabilidades dos docentes individuais, pela qualidade do ensino ministrado? Maria Auxiliadora Fidelis Barboza é uma investigadora de muito mérito, preocupada com todas estas questões, que decidiu voltar o seu olhar para a Aula universitária. Pese embora toda a panóplia de dispositivos que as tecnologias da informação e comunicação nos proporcionam hoje, isso não substitui o fundamental o encontro de pessoas e as trocas entre elas, que toda a educação supõe. O que se passa nas aulas faz a diferença. Por isso, valeu a pena o desafio que Auxiliadora enfrentou de observar diretamente aulas de distintos cursos universitários e de caracterizar as coreografias que aí têm lugar, entre o que idealmente os professores desejam que aconteça e o que efetivamente ocorre. O conhecimento científico construído em função de quadros epistemológicos e metodológicos rigorosos instiga-nos a todos a pensar como podemos agir na busca de um ensino superior renovado e inovador, à altura dos desafios do nosso tempo.