Os quitutes são as comidas de sal; o dourado lombo de porco com farofa, a lingüiça fumegante, o leitão pururuca, o tutu de feijão com rodelas de ovo, o torresmo torradinho, o frango caipira com quiabo e angu e outras delícias que só em Minas se encontram. As quitandas substituem o pão no café-da-manhã e no lanche da tarde. São elas; o célebre pão de queijo, as gorduchas roscas da rainha, o bolo de fubá, as broinhas, os sequilhos, os crocantes biscoitos de polvilho, entre outras especialidades das sinhás mineiras. Os doces, de tão gostosos, têm sabor da infância; o doce de leite cremoso, a ambrosia - que é o nosso doce mais antigo -, os pudins luzentes nadando na calda, as gelatinas vermelhas e tanta gostosura mais que só a lembrança nos deixa com água na boca. Sem falar dos queijos, fabricados artesanalmente - Serro, Canastra, Sabinópolis, Norte ou Sul de Minas. E os licores caseiros, sempre receitas de família, de jabuticaba, pequi, jenipapo. Dominando os mistérios do fogão e da vida, assim como todos os saberes e sabores da boa cozinha, Maria Stella Libanio Christo reuniu uma bela coleção de cadernos de receitas das bisavós mineiras (muitas vezes preciosos volumes de folhas iluminadas) e escreveu o livro definitivo sobre os gostos, os aromas e as tradições gastronômicas das Minas Gerais - um patrimônio cultural acumulado em três séculos de tradição culinária -, temperado com deliciosos textos de Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, Cecília Meirelles, Manuel Bandeira, Pedro Nava, Cora Coralina, Fernando Sabino, Rubem Braga e outros.