Mulheres na luta armada: protagonismo feminino na ALN (Ação Libertadora Nacional), de Maria Cláudia Badan Ribeiro, chega preenchendo algumas lacunas importantes para o estudo e compreensão dos anos e atos de resistência à ditadura de 1964.Houve um momento em nosso país em que a única oposição aberta ao sistema eram as ações armadas de guerrilha urbana, desencadeadas a partir de 1967 até 1973, seis anos de enfrentamento frequentemente ignorados pela história oficial. Seja escrita pela direita, seja pela esquerda institucional.Geralmente os relatos e análises do período falam do golpe de estado, das lutas estudantis, chegam à passeata dos cem mil e à promulgação do AI-5, pulando descaradamente para as lutas pela anistia e as greves do ABC no final dos anos 70, e a chamada redemocratização.Os anos de luta armada ficam escondidos atrás das denúncias de torturas, assassinatos e desaparecimentos, e nada se fala da luta de Carlos Marighella, Joaquim Câmara Ferreira, Ana Maria Nacinovic e milhares de outras mulheres e homens que deram suas vidas pela liberdade enquanto muitos se dobravam à tirania.As mulheres que lutaram contra a ditadura romperam com a sociedade e com suas famílias que as queriam casadas, recatadas e do lar, e foram conquistar seu espaço no mundo. Muitas vezes isso fica oculto pelas lutas feministas europeias e estadunidenses tão importantes nos anos 70.