A poderosa dirigente de uma grande empresa de planos de saúde é assassinada. Em seguida, outros dois nomes importantes do setor têm o mesmo destino. Este é o ponto de partida de uma trama misteriosa e envolvente que tem como pano de fundo uma dura crítica ao sistema de saúde norte-americano. E Michael Palmer sabe bem do que está falando. Formado em Medicina, ele afirma ter usado sua experiência em tratar de pacientes que não podem pagar pelos planos de saúde para desenvolver o tema deste livro. O protagonista do romance é Will Grant, cirurgião de sucesso que faz da medicina uma espécie de apostolado. Ele cuida de doentes que não têm acesso aos planos privados, desenvolve atividades voluntárias e faz parte da Sociedade Hipócrates, que tem como objetivo reduzir as desigualdades provocadas pelo sistema de saúde nos Estados Unidos. Por isso, ele acaba assumindo uma posição de herói solitário e passa a ser alvo de uma conspiração que envolve gente importante e muitos interesses. Em meio à crise gerada pelos assassinatos sucessivos, o doutor Will passa mal ao realizar uma cirurgia e os exames identificam uma grande quantidade de uma poderosa droga em seu sangue. Patty Moriarity, a inteligente policial envolvida no caso, acredita em Will e o ajuda a tentar provar sua inocência e a descobrir quem atentou contra sua vida. Enquanto isso, o assassino, ou os assassinos, dos empresários de planos de saúde continuam a ameaçar o médico e a fazer dele seu porta-voz involuntário. Além da trama bem construída e desenvolvida e do total domínio do autor em relação ao meio médico, o que torna seus livros verossímeis e muito atraentes, o que chama a atenção em A Sociedade é o questionamento que ele faz da medicina empregada apenas em favor do lucro, ignorando-se os preceitos éticos levantados por Hipócrates, o médico grego que viveu no século IV a.C. e que até hoje é considerado o pai da medicina. Um thriller envolvente permeado pela crítica embasada de quem entende do assunto.