Jules Michelet, historiador, foi chefe da seção histórica dos arquivos nacionais da França, o que lhe deu acesso ao vasto material de pesquisa, pano de fundo desta obra. O ambiente desse período histórico é essencial, aliás, ao nascimento desse ser especial. A despeito do rótulo de romântico dedicado ao historiador, sua postura sensível diante da mulher, sua visão mesmo, é atual. Mais do que falar da feiticeira, o livro sublinha a essência da própria mulher, enaltecendo-a. No entanto, Michelet é escritor e, como tal, não foge à trama de seu enredo, que trata, como o título o diz, de um ente mágico. Sem deixar, em nenhum momento, de vangloriar a mulher, seja sob aspectos corriqueiros como o da vida doméstica, seja sob aspectos religiosos como a visão da Virgem, ele tem sempre como personagem a feiticeira. A breve apresentação dessa obra de Michelet, lida exaustivamente há décadas e décadas por diferentes gerações, pouco diz diante da magnitude do texto integral.