O que pretendemos neste despretensioso trabalho [...] é caracterizar esse dialeto caipira, ou, se acham melhor, esse aspecto da dialetação portuguesa em São Paulo. [...] É claro que não é esta uma tarefa simples, para ser levada a cabo com êxito por uma só pessoa, muito menos por um hóspede em glotologia. Mas é bom que se comece, e dar-nos-emos por satisfeito, se tivermos conseguido fixar duas ou três ideias e duas ou três observações aproveitáveis, neste assunto, por enquanto, quase virgem de vistas de conjunto, sob critérios objetivos. [Amadeu Amaral, Introdução à edição comemorativa de O dialeto capira (1920-2020)] Nosso trabalho não é para a geração atual; daqui a cem anos, os estudiosos encontrarão nele uma fotografia do estado da língua e neste ponto serão mais felizes que nós, que nada encontramos do falar de 1822. [Antenor Nascentes, Prefácio à 1ª edição de O linguajar carioca (1922)] (...)