Este livro é uma novela que se desenrola em dois planos. No primeiro, uma professora de literatura pouco a pouco torna-se incapaz de distinguir os planos que sua vida acumula. Diante da presença de um estranho, a personagem não sabe o que vê, se se lembra dele, se sonhou com ele ou se o imaginou. Em outro plano, assistimos ao desemrolar de uma partida profissional de xadrez. O tabuleiro e a disputa entre os dois oponentes constitui uma imagem do mundo. O velho mundo e sua ordem tendente à conservação são sintetizados pelo jogador veterano, enquanto, do outro lado do tabuleiro, o enxadrista jovem veste-se dos ventos do futuro e acredita trazer consigo uma voga de progresso. Na interseção entre os dois planos, a falência total de projetos coletivos e a falta de sentido que envolve tudo, inclusive a produção de sentidos.