Um dos mais populares escritores da URSS, Tchinguiz Aitmátov faz de O Navio Branco uma expedição às origens do povo quirquiz. Folclore, mitos e lendas alimentam duas narrativas paralelas: a de um garoto que sonha conhecer o pai, supostamente um marinheiro em viagem; e a de um avô, que transmite para o neto a mitologia de seu povo. Paira sobre ambos a ameaça representada pelo tio do garoto, um violento guarda-florestal saudoso do stalinismo. Nessa obra prima renovadora, Aitmátov rompe com as amarras do realismo socialista e cria um romance antecipador, criticando vícios e deformações da sociedade soviética que só a glasnost viria enfrentar.