A afirmação de Adelmo Genro Filho de que o jornalismo é uma forma de conhecimento cristalizado no singular mobilizou jornalistas, pesquisadores e professores nos últimos 28 anos para instituição e legitimidade das teorias do jornalismo no Brasil. Este livro expõe as mediações presentes na produção e recepção de O Segredo da Pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo bem como os conceitos filosóficos que fundamentam a assertiva de Genro Filho. Demonstra, além disso, como as escolhas teóricas do autor possuem estreita ligação com sua biografia e o modo como ele compreendia as questões de sua época. Por meio da análise da recepção de O Segredo, este estudo estabelece uma cartografia da produção brasileira que cita Genro Filho, evidenciando que o processo de institucionalização para a defesa do jornalismo como profissão, graduação especializada e com teorias específicas coincide com esse mapa. Por fim, a discussão sociopolítica da história de O Segredo oferece subsídios para a análise crítica das bases ontológicas e epistemológicas do jornalismo, recuperando o projeto ético-político que embasa a proposta marxista de Genro Filho.