Abra este livro e se abra ao desejo, ao cotidiano que atravessa corpos, casa, urgência e pensamentos. Mar-espelho, novelos de lã vermelha, calulu, mão e sombra, seio, cabelo-árvore. Medicina, quiromancia, amuleto, areia, estrela. Mergulhar nessas águas de palavras em que a especialmente-poeta submerge e guia. Nadar-tricotar. Se reconhecer inteira aos olhos feridos/olhares sensíveis/que já nem sei/se são meus/os mesmos ou outros. Saber-se entre sóis e sais, manhãs e mar. Prova oral ou pular anúncio? A tecnologia da atualidade permeia sentimentos: você não entende/de amar um notebook/sustentado por durex/ter carinho por ele. A sabedoria feminina da família também: ontem um anjo/passou pela sala de estar/a minha mãe viu/eu também senti/Iemanjá. Ferida e cura. Tristeza colonial. A insônia que só quer assistir. erika gomes da fonseca em 22 anos de corpo prete sapatã não-binárie, fabula memórias nascidas em continente africano (São Tomé & Príncipe). A do meio de três irmãs, (...)