Esta majestosa obra brinda o leitor com evidências, reflexões críticas e tendências ligadas a uma temática urgente de ser debatida pela comunidade acadêmica, profissionais da saúde e gestores do sistema público de saúde: os números crescentes de portadores de dor crônica e fibromialgia. A concepção de dor crônica vem sendo construída ao longo da história da Humanidade, alinhada às diferentes concepções sobre o processo saúde-doença-intervenção. Indo além, perpassa por desejos, interesses e valores construídos socialmente por usuários/pacientes, profissionais da saúde, complexo médico-industrial (em especial a indústria farmacêutica), entre outros. Dessa forma, ampliar a capacidade de compreensão sobre a dor crônica, considerando a gênese complexa desse fenômeno, e visando a ressignificar saberes e práticas para diversificar a tradicional “monocultura” ainda predominante nas obras acadêmicas/científicas que abordam a temática configura-se em grande mérito. A construção de novos conhecimentos científicos que resgatem como foco incluir o sujeito real, portador de desejos, sonhos, autonomia para realizar escolhas e coproduzir seu processo de cura e adoecimento, em detrimento da escolha de exclusão do sujeito, configura-se em um dos eixos centrais para produção de saúde e defesa da vida humana. Esta obra traz relevantes contribuições que possibilitem aos profissionais de saúde, acadêmicos, docentes e gestores recriarem sua prática profissional relacionando-a aos diversos campos de saberes e aumentando o grau de compreensão sobre o objeto de estudo. Para o leitor que irá percorrer as próximas páginas, o sentimento será de abrir veredas que são atalhos, circunstâncias, direções e estradas para que possam aprender, reinventar e construir novos modos de produção de saúde, conhecimento científico e defesa da vida com dignidade.