Estudo minucioso de um projeto estético que se inicia em meados da década de 60, construído a partir da visão crítica do mundo, diante do qual o artista se posiciona como um narrador peculiar. Com a utilização freqüente do recurso à citação, João Câmara molda a temporalidade de acordo com suas próprias intenções poéticas, alcançando uma contundente teatralização da história, como na série Cenas da Vida Brasileira. Para Annateresa Fabris, a visão de mundo de João Câmara recebe uma moldura analítica adequada por parte de Almerinda da Silva Lopes, que detecta nos múltiplos diálogos do artista com o passado uma maneira ardilosa de referir-se ao próprio tempo.