Em 'Miséria Americana' Barbara Ehrenreich retoma o tema da pobreza nos EUA, mas de outro prisma - para investigar como sobrevivem os pobres na pátria do consumo conspícuo, a autora decidiu viver como um deles. Inspirada pela retórica da reforma social da Era Clinton, segundo a qual um emprego - qualquer emprego - era o passaporte para uma vida melhor, Ehrenreich procurou um trabalho, um lugar para viver, e sentiu na pele os efeitos da miséria na América. Mais que a exclusão social e seus conseqüentes preconceitos, ela experimenta a solidão dentro de um sistema marcado pelo individualismo e pela política do self-made men, construindo um relato valioso e revelador. Neste livro, o leitor encontrará Ehrenreich trabalhando como garçonete, faxineira, atendente em asilo de velhos e balconista nas lojas Wal-Mart. Apresentando-se como uma dona-de-casa voltando ao mercado de trabalho, ela trocou sua confortável residência em Key West, na Flórida, pelas moradias mais baratas do país e compatíveis com os salários oferecidos a trabalhadores desqualificados nos Estados Unidos.