Perversos é uma experiência de conjugação de sentidos e formas sem pretender ser ideogramática, partindo da sensação para a formulação verbal, palavras coisas, substantivadas, para serem lidas, salivadas. Escritas numa simulação de iras e humores, de possessões e fugas, numa intimidade com os ritmos e volumes das palavras mesmas porquanto o poema é uma realidade vivencial na sua criação, o poema instaura se no mundo como algo que se pode manipular, usufruir, fantasiar, consumir e participar o poema é sempre lúdico e ditirâmbico, algo hedonista, alienante e paradoxalmente também denunciante. Umas vezes sugere, noutras é óbvio, mas o universo da leitura é também o da recriação, depende de nossa capacidade de apreender, da nossa própria abertura e tolerância.