Tradução de Renato Zwick Revisão técnica e apresentação de Noemi Moritz Kon Ensaio biobibliográfico de Paulo Endo e Edson Sousa "[...] o ato de comer é uma destruição do objeto com a meta última da incorporação; o ato sexual, uma agressão com o propósito da mais íntima união. Essa ação conjunta e oposta dos dois impulsos básicos produz toda a variedade dos fenômenos vitais." Tradução do alemão de Renato Zwick Revisão técnica e apresentação de Noemi Moritz Kon Ensaio biobibliográfico de Paulo Endo e Edson Sousa Iniciado em 1938 e interrompido pela morte de Freud (1856-1939), Compêndio da psicanálise apresenta a derradeira síntese de suas teorias. Publicado em 1940, traz uma breve exposição do funcionamento do aparelho psíquico humano tal como o autor o concebia ao final de sua longa e profícua vida. São abordadas as diferentes qualidades (o inconsciente, o pré-consciente e o consciente) e instâncias psíquicas (o eu, o isso,o supereu), os princípios de prazer e de realidade, a dualidade do impulso de vida e do impulso de morte, o funcionamento e o desenvolvimento da sexualidade humana - incluindo o complexo de Édipo -, a inevitável divisão do psiquismo e mecanismos como o recalcamento e a resistência, além da formação de sintomas e das psicopatologias. Neste esforço final por sistematizar seu pensamento de forma concisa e clara, Freud tece considerações sobre as limitações da psicanálise e demarca os pontos-limite de seu legado a partir dos quais caberia a seus sucessores construir e evoluir. A psicanálise numa casca de noz Em 1938, após quase quatro décadas buscando estabelecer a psicanálise como uma forma revolucionária de conhecer e tratar a alma humana; lutando contra um câncer que se mostraria fatal; às vésperas de uma guerra que se anunciava sangrenta e em meio à crescente onda antissemita, Freud, já com mais de 80 anos, se pôs a escrever o que viria a ser a síntese final de seu pensamento.