Às vésperas de entrar no que algumas pessoas ironicamente chamam de “melhor idade”, venho pensando que a vida é uma viagem. O que fica, ou o que levamos para sempre, nossa bagagem, é uma espécie de “carnet de voyage”, um livro em branco onde vão se escrevendo histórias, se pintando quadros, se guardando retratos. Pra alguns a viagem é mais longa pra outros mais curta, uns aproveitam mais, outros menos, mas o fato é que para todos, ela sempre passa muito rápido. O mundo é um palco infinito de cenários, e por mais variada que seja a vida, não existe tempo suficiente pra se conhecer todos os lugares, pra se ler todos os livros. Temos que fazer escolhas. Escolher uma viagem às vezes é como escolher um prato num restaurante que você já conhece. Repetir o que você já sabe que é bom ou arriscar uma nova opção? O apelo de reviver o que a gente gosta é grande, e acaba que muitas vezes repetimos o pedido e deixamos de conhecer pratos novos. Meu Carnet de Voyage” tem muito lugar repetido.