Este livro é o primeiro produto de um trabalho coletivo encetado por historiadores voltados para o estudo das relações entre o Estado, o poder e a violência nos países que integram a região latino-americana. Embora os temas já estejam sendo assimilados pelo senso comum, dada a diversidade de evidências que quotidianamente configuram os parâmetros de nossa sociabilidade, carecem de aprofundamentos pautados em parâmetros reconhecidos academicamente. Função que o presente volume se propõe ajudar a cumprir, iniciando a série que virá na sequência. Reunidos inicialmente em torno do Centro de Estudos de História da América Latina (CEHAL-PUCSP), a participação dos autores em congressos nacionais e internacionais, como os Encontros da ANPUH e da Associación de Historiadores Latino-americanos y Caribenhos, ampliou os integrantes e o espectro das discussões. Neste volume debate-se sobre as correlações de forças sociais que caracterizam a dinâmica histórica dos Estados latino americanos, cuja configuração rechaça as demandas sociais organizadas, criminalizando-as política, social e culturalmente, desde os primórdios até os dias atuais. A começar pela configuração independentista no Brasil, reconhece-se a permanência das mesmas características autocratas em particularidades distintas da região, no decorrer do século XX, impeditivas até mesmo das práticas liberais que, na ordem arcaica, só se modernizam nos limites conservadores, e sempre aquém das potencialidades inerentes à própria dinâmica social.