A obra apresenta o espaço transitório do abrigo, não como uma instituição ultrapassada ou punitiva, ao contrário, reforça o fato de que ao mesmo tempo em que este é um espaço de sofrimento, pode ser, também, um lugar de criação de vínculos afetivos significativos e transformadores. O trabalho da autora junto às crianças, o qual ela generosamente divide com o leitor, mostra o encontro e a aliança entre esses jovens “pacientes”, que deixam, por meio de suas comunicações e da escuta apurada da terapeuta, de serem passivos diante de suas histórias, desenvolvendo, assim, a ressignificação das mesmas e tentando se tornarem protagonistas de suas vidas.