Desvende a parte mais humana de grandes autores portugueses. Percorrendo obras de autores consagrados do século XVI ao XXI, como Camões, Jorge Sena, Fernando Pessoa, António Lobo Antunes e José Saramago, a missão de Teresa Cerdeira nessa coletânea de ensaios é revelar a marca do escritor em sua obra. No entanto, não se trata de reduzir os escritores de acordo com cada trauma pessoal do autor e o que o fez escrever seu livro, mas de enxergar o que há de universal no homem e que é maestralmente expresso pelas mãos do artista. Interessa à autora, pois, neste conjunto de ensaios, recobrar justamente esse corpo presente na escrita, a circulação de suas linguagens, sua pulsação que pode ser rastreada em imagens, em construções reiteradas, em metáforas recorrentes, em formas de pensamento que se repetem. Pela construção dos ensaios, fica visível que Camões dialoga com Jorge Sena, Helder Macedo dialoga com Machado de Assis, José Saramago dialoga com a Bíblia, entre outros encontros; trocando heranças culturais que fazem parte do imaginário popular, impressões pessoais (e universais) sobre a metáfora do rio e outras imagens, desejo do homem representado pelo erotismo entre outras questões que perpassam a literatura do ocidente e que nunca deixaram de instigar a percepção dos grandes artistas.