O presente ensaio busca trazer um panorama da produção intelectual de Angela Davis e suas respectivas contribuições no que tange a análise das lutas por emancipação das mulheres negras e suas táticas de resistência em diversas temporalidades históricas. Buscando enfatizar o fio da história que se desenrola desde a escravização até os dias atuais apresentamos as continuidades históricas e as novas formas de racismo que se apresentam e continuam embarreirando a trajetória da população negra. Para tal, traçamos o percurso que inicia na sua Autobiografia (2019), perpassa Mulheres, Raça e Classe (2016), Mulheres Cultura e Política (2017) e desagua em Estarão as prisões obsoletas (2018). Junto a Davis vemos que, se antes lutávamos contra a escravização, hoje, com a modernização do racismo, lutamos contra o encarceramento em massa.