A socioeconomia é uma área de conhecimento que se propõe a estudar diferentes expressões, projetos e estratégias de convivência social, alicerçadas na expansão do plano democrático, em que os avanços econômicos estejam subordinados a benefícios sociais estendidos a toda a sociedade. O objetivo deste livro é discutir a questão da solidariedade a partir de diferentes pontos de vista e desdobramentos institucionais. O texto parte de uma contextualização da realidade socioeconômica contemporânea, com suas contradições e ameaças, distintos sistemas ideológicos, visões de mundo e propósitos de ação, dentro de uma perspectiva multidisciplinar que abarca diferentes áreas do conhecimento, como filosofia, política, sociologia, economia e administração. A obra divide-se em cinco capítulos, iniciando-se pela compreensão da solidariedade sob uma ótica complexa, que entende a realidade a partir das múltiplas relações e campos do saber, num emaranhado de conexões que definem o comportamento humano. O Capítulo 2 discorre sobre governança democrática, posicionamentos e diferentes papéis assumidos pelo Estado em nome da efetivação da solidariedade. O Capítulo 3 debruça-se sobre o setor produtivo, a concentração desproporcional de poder econômico, a ameaça à democracia, e debate propostas alternativas ao modelo de empresa capitalista tradicional. O objeto de estudo do Capítulo 4 é a ascensão da sociedade civil organizada ao ponto de se tornar uma das principais forças dentro do tecido social contemporâneo, apontando para uma nova configuração de forças. O último capítulo complementa as discussões anteriores, com destaque para temas como Capital Social e Cultura da Solidariedade, fenômenos potencializadores de uma sociabilidade centrada no bem-comum e que poderão contribuir com novos parâmetros de desenvolvimento socioeconômico cuja referência principal seja o bem-estar dos membros mais fragilizados da sociedade.