O Museu da Inconfidência de Ouro Preto, considerado um dos museus nacionais de maior importância do país, foi criado por decreto do então presidente Getúlio Vargas em 1942. Naquela época, o espírito nacionalista e a busca pela construção de uma história oficial se faziam notar como política governamental. Por isso, tal contexto é considerado o momento de auge de criação de museus nacionais históricos. Em 2006 foi concluída a reformulação da nova exposição do Museu da Inconfidência, sob orientação do museólogo francês Pierre Catel e do diretor da instituição Rui Mourão. Esta obra, fruto da dissertação de mestrado no PPG-História da UFMG por Rafael Alves, pretende interpretar as relações existentes entre a historiografia e a expografia, tendo como objetos de suporte o Museu da Inconfidência e sua exposição atual, analisando os seus discursos museológicos como uma leitura da memória e da história, relacionando-os com discursos historiográficos consagrados e recentes sobre Minas Gerais e a Inconfidência Mineira. Soma-se a esta análise discussões relevantes sobre cultura e patrimônio, além de se levantar interpretações sobre a construção da imagem de Tiradentes como o herói nacional brasileiro.