Os pequenos contos de Bruno Zeni captam instantes de uma cidade fraturada: a São Paulo do começo do século xxi. Escritos entre 1998 e 2000, eles oscilam entre a narrativa e a descrição da paisagem, o jornalístico e o confessional, a colagem e a poesia. Leituras conjuntas do autor e dos artistas convidados levaram a uma unidade orgânica entre os textos e as imagens, especialmente elaboradas para a edição. Livro de estreia de Zeni, O Fluxo Silencioso das Máquinas já foi traduzido para o catalão. Sumário O movimento das marés (dos carros e dos desejos) O suave repouso (com aparições coloridas) O salto do menino por sobre a grade do corredor de ônibus Às vezes, as imagens voltam e logo vão, num átimo É sempre noite no metrô O instante quer fugir Chove mais e a cor do céu é uma só Peixes, 16 de março de 2000 A manifestação da natureza da loucura de dentro Os escritos. Eles surgem Em cima da hora Ele se desloca ao som de guitarrabaixoebateria Um lance de onda Água é difícil de conseguir Andando em voltas pelo centro Errata Se isso, então aquilo. Ou não A cor dos lábios é a mesma cor do bico dos seios é a mesma cor do ânus Depois de tanto amor Atributos físicos-emocionais de uma pré-cópula (frisson) O sol que preenche os poros Você liga pra cá Tecno Aqui nesta festa? Peixes, 24 de junho de 2000 dna (a massa substanciosa dos genes) Passeata gay leva 100 mil à Paulista Transsexual. Internet mostra cirurgia para mudar de sexo O frio preto-laca O tempo e a simbiose moto-e-ele Um estado de espírito alterado Debandada O bafo quente do vento solar Trincado O quatro intocado há seis anos Guarita (uma viagem de memória numa noite qualquer) Ao camisa 6 do América, por Danilo Monteiro Pequena iluminação asfáltica (o menino vaga-lume) Vai do gosto (trampos) Para sair do ar O fluxo silencioso das máquinas Pode acontecer. A qualquer um. A qualquer hora O sol todo dia às seis da tarde é um pêssego