Para muitos intelectuais brasileiros, Paulo Freire está acima de qualquer questionamento; ele é uma figura mítica, um guru visionário, um líder messiânico que revolucionou a educação brasileira ao trazer a discussão sobre opressão para dentro da sala de aula. Por politizar a educação e por justificar a doutrinação de alunos, Freire foi adotado e idolatrado pela esquerda brasileira e mundial, e em 2012 foi declarado Patrono da Educação Brasileira. É questionável o mérito de ser declarado patrono de um dos sistemas educacionais mais falidos do mundo; parece até ofensa. Mas a homenagem reflete bem a incapacidade dos nossos escolarizados urbanos em reconhecer a embromação disfarçada de filosofia, a doutrinação mascarada como educação, a fraude travestida de obra-prima. O leitor certamente já escutou todo tipo de frase pronta elogiosa descrevendo a obra de Freire como uma pedagogia transformadora, libertadora, inclusiva etc.