Quando a Alemanha usou o Islã para tentar destruir o Império Britânico O expresso Berlim-Bagdá joga luz sobre um dos fatos menos compreendidos da História durante a Primeira Guerra Mundial Poucos episódios da História contemporânea renderiam um relato tão vigoroso e instigante quanto o do envolvimento entre a Alemanha e o Império Otomano. Em O expresso Berlim-Bagdá, Sean McMeekin trata desse que é um dos mais importantes e menos compreendidos fatos da Primeira Guerra Mundial: a tentativa dos alemães de destruir o Império Britânico usando o poder do Islã. Fundamentado em uma rica e extensa pesquisa em documentos militares alemães, britânicos, turco-otomanos e russos, o livro revela que a estratégia germânica no Império Otomano inicialmente estava focada na construção da grande ferrovia de Berlim a Bagdá, um dos projetos de engenharia mais notáveis da época. Essa estrada de ferro, quando concluída, permitiria aos alemães transportar milhares de soldados até a Ásia por um caminho invulnerável ao poderio naval britânico. Porém, com a iminência da guerra, a ferrovia se mostrou parte de um projeto muito maior da Alemanha, que envolvia o fomento a revoluções internas no Oriente Médio a fim de enfraquecer os poderes da Tripla Entente e fazê-la triunfar sobre cada uma das nações envolvidas. O expresso Berlim-Bagdá coloca sob novo prisma alguns dos mais decisivos eventos da guerra e mostra quanto a Alemanha ficou perto de desarticular o domínio global dos ingleses por meio de uma estratégia envolvendo expedições de espiões, soldados e arqueólogos alemães que se espalharam em múltiplas direções - de Trípoli a Cabul - disseminando jihads, armas e subornos. McMeekin também nos faz lembrar do poder que as ideias exercem sobre o curso da História, bem como da capacidade do passado de moldar o futuro.