Ecce Homo - de como a gente se torna o que a gente é, a mais poética - e a mais grandiosa - dentre as obras dedicadas ao egocentrismo humano, é também a mais singular das autobiografias que o mundo um dia conheceu. Gerada no limiar - inclusive temporal - entre a razão e a loucura, Ecce homo está longe de ser apenas o produto da insanidade. Nietzsche (1844-1900), foi um dos mais importantes pensadores alemães de todos os tempos, estendeu a área de suas influências para muito além da filosofia, adentrando a literatura, a poesia e todos os âmbitos das belas-artes. Com sua obra aforística e aparentemente fragmentária, ele foi, na realidade, um dos críticos mais ferozes da religião, da moral e da tradição filosófica do Ocidente. Nietzsche escreveu, ele mesmo, a melhor obra para entender a obra de Nietzsche. É o Ecce homo, sua autobiografia escrita aos 44 anos, o último suspiro antes do declínio, um dos mais belos livros da história da filosofia universal.