A comida representa muito em nossa vida: pode ser saúde e prazer, mas, também, pode representar riscos para a saúde e a qualidade de vida. Por isso mesmo, precisamos dialogar mais sobre os alimentos, a nossa saúde e a nossa qualidade de vida. Não para nos privarmos dos prazeres da alimentação. E sim para garantir esse prazer sem colocar em risco a nossa saúde. Esta cartilha busca, justamente, contribuir para o enfoque da obesidade infantil considerando as relações familiares e sociais e propondo materiais para uma inter­venção psicossocial. Ao preparar essa cartilha, as autoras tinham em mente facilitar o trabalho educa­tivo para pacientes e profissionais envolvidos. Por isso mesmo, escolheram metodo­logias participativas, ou seja, metodologias que não se limitam a ser divertidas, en­volvendo sutilmente as pessoas, mas que criam situações nas quais todos possam se expressar, possam refletir sobre as suas ações e pensar em alternativas para a transformação de seus hábitos, no caso, ligados à saúde. As metodologias partici­pativas podem ser utilizadas em diferentes ambientes, como na rede de saúde, na escola, em ONGs, ou outros. Seguem os princípios do respeito ao participante e do desenvolvimento de sua autonomia a partir das informações disponíveis e do diálo­go democrático com outros participantes, incluindo os profissionais. Nesta cartilha, vamos encontrar jogos, histórias e propostas para a realização de oficinas. Cada proposta tem a sua especificidade. Foram criadas a partir do contato com os familiares e as crianças, ouvidos cuidadosa e afetivamente, em situação de pesquisa. Os materiais foram elaborados, discutidos com os participantes da pes­quisa e pré-testados até chegar à sua forma final, com o aprimoramento da sua dinâmica, linguagem, informações oferecidas e dos elementos que facilitam a participação. Sua contribuição é relevante, criativa e inovadora. Pode dar subsídios para a atuação de profissionais de formações diversas. Esta não é apenas mais uma cartilha, é um mapa, uma cartografia, para viajar nesse delicado território da obesidade infantil, com o prazer de quem colabora, com-par­tilhando, para a qualidade de vida das crianças e de suas famílias. Não vou mais ficar falando dos roteiros. Deixarei aos leitores o prazer dessa viagem. Texto extraído e adaptado do prefácio contido nesta obra, de autoria da Dra. Lúcia Afonso, Professora do Mestrado em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local do Centro Uni­versitário UNA.