Luto é uma experiência universal da condição humana, inescapável e incontornável em toda a sua complexidade e impossibilidade de uma completa descrição ou compreensão. Dizem que não existe luto pior do que o da perda de um filho, e a história nos mostra como a mãe sempre foi uma figura emblemática do luto, seu eterno pranto e uso de roupas pretas um doloroso lembrete da dimensão que a perda pode tomar nas nossas vidas. Mas uma figura para quem pouco se pergunta sobre a dor de sua perda são os pais pais generificados, pois falamos aqui dos homens. Essas figuras pouco exploradas pelas ciências do psíquico e que mesmo sendo os indiscutíveis protagonistas da vida pública e social, amparados em toda instância por uma sociedade patriarcal, curiosamente parecem ter muito pouco a dizer sobre si mesmos em suas condições de seres enlutados. Será que, por falarem muito pouco sobre isso, eles de alguma forma sofrem menos que as mães? [...]