Nesta obra Cariê Lindenberg reúne crônicas cuja matéria prima é o rico acervo de experiências e lembranças de uma agitada e interessante trajetória vivida entre a música e as atividades empresarial e jornalística. Na primeira parte, o autor revisita os anos de 1957 e 1963, época em viveu no Rio de Janeiro, estudou Direito e iniciou a vida profissional. Neste período, vivendo na Zona Sul e amante de música e boemia, reencontrou Roberto Menescal, seu amigo de Vitória, conheceu Miele e tornou-se amigo de inúmeros artistas entre os quais, Newton Mendonça e Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Ronaldo Bôscoli, Sylvia Telles, Carlos Lyra, e muitos outros, e foi espectador privilegiado do surgimento de um dos movimentos musicais de maior vigor e influência que o Brasil já conheceu, a bossa-nova. São inúmeras e inéditas histórias sobre estes personagens e este tempo. Um ponto alto do livro é o resgate da memória de Newton Mendonça, um dos maiores parceiros de Tom Jobim, com quem o autor travou uma forte amizade e de quem tornou-se compadre. Aqui Cariê nos revela com enorme sensibilidade traços do talento, personalidade e do cotidiano do mestre Mendas, desaparecido precocemente. O livro é recheado de travessuras e também de histórias destes construtores de Brasis... como Newton Mendonça e Nelson Bonfante, cuja importância nas telecomunicações é contada na segunda parte da obra. Estes personagens, tal qual os modernistas dos anos de 1920 reuniram elementos como capacidade de criação e leitura poética a uma generosa e bem humorada visão do País. Além de ser uma ótima pedida para interessados na história musical brasileira e leitores de boas crônicas, este livro é um convite para o encontro com o espírito alegre, generoso, inteligente e musical que é Cariê Lindenberg.