Cada poeta tem seus desertões. Terra, gente, luta: tudo se resolve ou dissolve em letras. Minha terra tem a modesta Igrejinha do Rosário, onde velei alguns mortos. A começar por meu pai, que tinha Sebastião em seu nome, na minha terra há muitos Bastiões, incluindo o santo padroeiro: enquanto ele ficava flechado lá na torre, Cupido me flechava nas esquinas. E tenho também outras terras, onde enfrentei rios & desafios. Beagá, Sabará, quem saberá? A gente se torna bardo para dar o brado, se puder, dobrado. E hastear outras vozes, preencher solidões, pois ninguém nunca está só se a mente é companhia. A luta é esta: torcer para que o esqueleto aguente o tranco, para que a casa suporte as trincas, para que a magia supere os truques e para que o time se levante depois das quedas. Tinha um tio que sempre dizia: ô, luta!. E adormecia no canapé enquanto a gente fazia nele um cafuné. Outro tio costumava dizer, batendo com a mão no outro pulso: chumaço, torresmo, toicinho,(...)