Análise em profundidade sobre a vida e a obra do naturalista francês Georges Cuvier (1769-1832), considerado o pai da paleontologia moderna. O livro mostra como Cuvier dotou o estudo dos fósseis, até então vistos como uma curiosidade histórica, de um verdadeiro método científico, utilizando os conceitos da biologia e da anatomia comparada e articulando uma extensa rede de colaboradores em suas pesquisas. Estabeleceu assim as bases de uma nova ciência e reuniu um corpo de dados empíricos que foi fundamental para a posterior comprovação das teorias evolucionistas de Darwin e Wallace. Foram necessários séculos de desenvolvimento científico para que os fósseis deixassem de ser uma mera curiosidade e passassem a integrar o conhecimento da história natural dos seres vivos. Entretanto, somente quando os trabalhos do naturalista francês Georges Cuvier (1769-1832) foram aceitos pelo mundo científico é que o estudo dos fósseis pode ser vir de base para a constituição da paleontologia como uma ciência autônoma. Ao dotar o estudo dos fósseis de métodos e de um programa de pesquisa, no interior de uma ampla rede de colaboração entre pesquisadores, Cuvier reuniu as condições necessárias para que os fósseis fossem tomados como fenômenos biológicos. A partir de então, eles passaram a ter um lugar central na narrativa histórica da vida na Terra. Este livro descreve essa trajetória, procurando desfazer alguns equívocos historiográficos, tal como o de que Cuvier defendia o diluvianismo ou o criacionismo. O leitor poderá assim perceber a relevância de sua contribuição não somente para a constituição da paleontologia científica, mas fundamentalmente para o estabelecimento de um corpo de dados empíricos capaz de servir de base para argumentos favoráveis às hipóteses evolucionistas.Felipe Faria nasceu em 1964, na cidade de Santos. Realizou sua graduacao em biologia, em 2003, na Universidade Federal de Santa Catarina, instituicao na qual tambem obteve os titulos de mestre na area de biologia vegetal, em 2005, e doutor em ciencias humanas, em 2010. E membro do grupo de pesquisa Paleoinvertebrados e Icnofosseis do Brasil , sediado na UFRJ, onde desenvolve pesquisas sobre a historia da paleontologia brasileira e as colecoes geopaleontologicas do Museu Nacional.