Poesia gay underground é um antídoto contra a chatice que a vida gay se tornou nas últimas décadas. Hugo Guimarães foge da massificação e cria poemas seminais, mostrando as vísceras sem medo de se infectar com as doenças da (pós) modernidade. Em seu universo, a dor é uma forma de esperança e a desilusão, um dos caminhos para a felicidade. Nos poemas deste livro, a vida jorra com seus cheiros e sujeiras. São versos de resistência contra o pensamento dominante, contra os gays assépticos da novelas de televisão, contra a infelicidade disfarçada de euforia das casas noturnas. Além do Édipo, o autor escancara sua vida doméstica, seu corpo, seus garotos ao contrário, drenados ou petrificados. Pinta com tinta de caneta e sangue o mundo desbotado ao qual estaria condenado caso não escrevesse. Mas, felizmente, ele escreve.