Um romance, um documentário, uma biografia, um tratado filosófico, uma obra de arte, um manifesto, um poema... A complexidade e a leveza do estilo deste livro não nos permitem enquadrá-lo em uma única modalidade: todas essas maneiras de escrever estão presentes aqui. Fruto de uma pesquisa de mestrado em educação, esta obra se mostra ousada por buscar uma superação do cânone metodológico dos escritos acadêmicos. Porém, o maior mérito desta obra está em revitalizar um humanismo que está sob escombros há um século e meio. Trata-se do saint-simonismo, uma filosofia apoiada nas reflexões de um dos mais importantes pensadores da contemporaneidade, o francês Henri de Saint-Simon (1760-1825). A vida e a obra desse pensador estão dispostas nesse livro quase que na forma de uma novela. Devido à vasta abrangência de suas reflexões, análises, críticas e propostas, ele influenciou pensadores como os positivistas Comte e Durkheim, os socialistas Marx e Engels, o anarquista Proudhon e os romancistas Zola e Victor Hugo. O saint-simonismo afirmava que para superarmos os antagonismos de classes, dever-se-ia transformar os modelos econômicos e as estruturas políticas de modo que priorizassem a melhoria física e intelectual da classe mais numerosa e mais pobre. Isso somente seria possível por meio de uma profunda mudança moral baseada no amor ao próximo e na luta pela causa humana, atribuindo assim à Educação um importante papel na mudança social.