Quem leu O Pequeno Príncipe, o clássico do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, deve lembrar a lição da raposa: Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Enzo, o jovem protagonista deste romance, é o oposto dessa máxima. Ele não gosta de se apegar, de relacionamentos fixos, duradouros, monótonos. E só se apaixona quando tem a certeza de que não será correspondido. Afinal, como dirá o próprio autor em seu blog, isso o poupa de se tornar responsável pelos sentimentos de alguém. Enzo só não contava com o aparecimento de Ian, o ficante (hétero) de uma amiga, com quem viverá uma espécie de aventura ou experiência amorosa cujas consequências serão avassaladoras. Mais que um romance queer, Sobre garotos que beijam garotos revela-se um livro sobre uma geração, uma época, com sua própria ética, suas dores, suas delícias e sua trilha sonora.