Em A linguagem, objeto de conhecimento, descobriremos a força emancipatória contida no ato de falarmos sobre a nossa própria fala. Ao fazê-lo, a linguística desconstrói pre-conceitos e reduz discriminações, demonstrando que não existe uma língua superior a outra e que todas as línguas mudam no tempo e variam no espaço. Todas as línguas proporcionam a seus falantes meios para formar e exprimir os pensamentos mais di-versos, compreendidos numa escala que vai dos mais triviais aos mais elaborados e, ainda, que uma maneira de falar não é intrinsecamente melhor do que qualquer outra. Jürgen Trabant empreendeuma reflexão filosófica­fascinante: o que nos distingue de todos os outros seres sobre a Terra e nos torna humanos? Nossa diferença consistiria no modo como usamos a linguagem e na ultrapassagem de limites que realizamos com seu uso. A linguagem, objeto de conhecimento nos ensina que nos tornamos humanos, demasiadamente humanos, não quando nos contentamos com as ações práticas que (...)