A jornalista Tereza conheceu a atriz Ana em razão de uma entrevista, e a empatia imediata levou as jovens, oriundas de diferentes pontos do país, a dividir uma quitinete em Copacabana, no Rio de Janeiro de fins dos anos 1960. Unidas sob o objetivo comum de concretizarem os próprios sonhos e realizarem suas vidas com autonomia, ambas experimentam uma dura resistência, derivada não só do tradicionalismo como da internalização da repressão a seus projetos e desejos. A chegada da carta de uma tia de Tereza serve de gatilho para uma reavaliação desses percursos. No embate entre a extrovertida e enlouquecida Ana e a introvertida e cansada Tereza, encontram-se os caminhos de duas mulheres em sua luta por amor, reconhecimento e liberdade uma luta em que a vida individual e a política se mesclam num só movimento afirmativo contra o conservadorismo vigente. O drama de um só ato As moças elevou Isabel Camara à condição de figura representativa de um grupo de autores teatrais a chamada Geração de 1969, responsáveis por um significativo retrato de uma juventude que abraça a contracultura e debate questões de liberdade sexual, de gênero e de expressão no contexto ditatorial brasileiro.