Uberaba: História, Tradição, Desenvolvimento e Cultura é a apresentação ampla desta cidade situada no oeste de Minas Gerais. Belo de ver, pelas numerosas fotos que se abrem nas suas páginas iniciais, valorizando minúcias do que se pretende mostrar, é, em todos os aspectos, a apresentação de uma cidade singular, como provam os textos de Maria Antonieta B. Lopes e as fotos de Claudio Arouca. São bem focadas a modernidade e a tradição que marcam a cidade, e o leitor desavisado tem a oportunidade de saber por que Uberaba é tão importante e diferenciada entre as cidades brasileiras. E pode perceber que, não sendo das mais antigas em Minas provavelmente fundada em 1811 ou 1810, abriga as marcas até mesmo para acentuar sua singularidade dos acontecimentos fundamentais para o rumo social e econômico do país, tais como a Independência, a Abolição e o advento da República. (Uberaba, conclui-se, é contemporânea da modernização do país desde o início, o que se nota em sua paisagem, no psiquismo de seu povo, nas manifestações culturais). O livro ata tudo isso às peculiaridades de uma região marginal, periférica na economia brasileira o sertão, cenário de passagem, encontro e confronto de paulistas, mineiros e goianos, como diz a autora dos textos. É uma das cidades brasileiras marcadas pelo trem, que, por sinal, chegando à região pela Companhia Mogiana, em 1889, trouxe efervescência cultural a Uberaba, cidade do boi Zebu, que frequenta várias e belas páginas do livro. Imprescindível, ainda, a manifestação religiosa e a presença do sagrado, ainda mais em se tratando de uma cidade mineira. Destacam-se, então, a Igreja de Nossa Senhora da Abadia, de 1910; Museu de Xico Xavier; a Folia de Reis. E há muito mais, num roteiro colorido de tradição, cultura local e um certo esplendor pousado pelas história da cidade.