No Rio de Janeiro, no Leme, um bairro escondido entre o burburinho de Copacabana e o morro da Urca, as pessoas contam com orgulho que os filhos brincam com os filhos de seus amigos de infância, os jornaleiros conhecem todo mundo e há os que se orgulham de nunca atravessar a Princesa Isabel para não ultrapassar a fronteira com Copacabana, era de se esperar que o escritor local revelasse um pouco mais de sua magia ou seus segredos, os mistérios dessa cidade sim maravilhosa para brasileiros e estrangeiros, a despeito dos temores. Também há a violência da banalidade no mundo médio do trabalho, em qualquer lugar do mundo. E o refúgio ao horror cotidiano pode revelar-se como mundo transfigurado dentro de um apartamento num prédio antigo, o retrato de personagens e objetos que somente o Rio guarda particularmente, um museu real imaginário do modo de ser carioca que atrai o forasteiro, os ludâmbulos, ou turistas, ou somente leitores.