Segundo o escritor, “literatura é crítica e autocrítica, humildade e liberdade. Literatura é empatia, conversa e troca, é tempo, repetição e dedicação, amor e paixão.” Com histórias criativas e ironia refinada, o autor brinca entre distopias e cotidiano, crítica social e futurologia. Contos de costumes, alguns de cunho político, enquanto outros, puramente afetivos, não deixam de nos colocar, sutilmente, em posição de análise sobre o que o descaso ou a rotina tornam irrelevante. O primeiro conto, que dá nome ao livro, já começa assim: “Tenho quarenta e cinco anos, e os últimos dez vivi na plataforma de petróleo Berkut. Ela mede o equivalente a cinquenta andares, boa parte deles debaixo d’água, possuindo uma área igual a dois campos de futebol.