Marina Durand estuda a subjetividade brasileira através da cultura paternalista. A autora baseia-se em sua práxis como psicóloga no INSS em São Paulo. No presente livro, discute-se a tese de que é no íntimo das pessoas que a cultura cria efeitos nas relações sociais, no sentimento do mundo, no entendimento da vida. A sociedade em que o direito da pessoa não é uma certeza porque depende de se conquistar a simpatia e o favor de quem manda, tem no coração da sua vida social, o medo. Dessa forma discute-se como o jeitinho não é uma escolha pessoal, mas uma maneira de convivência, de acordo com regras fortemente arraigadas na cultura patriarcal. No universo psíquico tradicional o ideal do brasileiro é o outro, estrangeiro, assim é comum o brasileiro falar mal do próprio país. A originalidade desse livro consiste em mostrar como é possível observar na nossa história um movimento em busca da afirmação e autonomia da vida brasileira.