É, certamente, vasta a literatura sobre os emblemáticos movimentos de 1968. Também é ampla a bibliografia sobre o movimento estudantil, no interior da qual, a história da UNE vai, gradativamente, desvelando os fatos ocorridos com infinitas versões e possibilidades explicativas. Do emaranhado dessa produção, a obra de José Luís Sanfelice, Movimento Estudantil - a UNE na Resistência ao Golpe de 64, é literatura obrigatória, sendo considerada, desde a sua publicação em 1986, um exame crítico da produção teórica da UNE na década de 1960. Evaldo Vieira, na Apresentação da obra, expressa isso e afirma que a obra percorre criticamente "o céu e o inferno das ideologias estudantis, concentradas na UNE e enraizadas no contraditório desenvolvimento histórico do Brasil. O livro atenta principalmente para a UNE perante o Movimento de 1964. Mostra seus momentos de reação, de radicalização e de confrontação com o autoritarismo instituído. De um lado, predomina ao longo das páginas do estudo a resistência teórica e prática ao Golpe de Estado de 1964. De outro, estabelecem-se os contornos da consciência social dos estudantes, presentes na UNE". Para além de mais um livro dentre outros, a iniciativa em publicá-lo novamente decorre do entendimento de que ele se tornou uma referência obrigatória a pesquisadores, professores e militantes que querem entender, melhor e mais contextualizadamente, a produção teórica da UNE e os embates nos quais esta emblemática instituição esteve envolvida.